Como começar a escrever?
Escrever é um hábito, um ótimo hábito. Alguns diriam até vício, porque escritores precisam escrever muito, sempre.
No entanto, escrever para ser publicado é diferente de escrever para si próprio. Quando escrevemos para nós mesmos, como um diário ou reflexões, estamos usando a escrita para pensar.
É um ótimo método para esclarecer questões, falar dos sentimentos, visto que no papel mesmo as situações mais complicadas vão se organizando. Não é à toa que tantos terapeutas sugerem a seus clientes escreverem um diário. É muito bom para a cabeça produzir textos sobre o que é importante para nós.
Escrever para nós ou para os outros?
Quando escrevemos para ser publicados, estamos escrevendo para outras pessoas. O foco passa a ser a necessidade dos leitores e não mais as nossas como escritores.
Quando escrevemos para nós, está certíssimo preenchermos nove páginas pesando os prós e os contras de determinada pessoa por quem estamos interessados.
Quando escrevemos para os outros, precisamos cortar tudo que não seja interessantíssimo e contribua para o andamento da história, o que provavelmente transformaria todas aquelas dúvidas em um único e curto parágrafo.
É um difícil exercício escrever para ser publicado, porque em geral a gente gosta do que escreve, acha tudo importante e pensa que todo mundo vai gostar também.
Só que isso não é verdade. As pessoas selecionam os livros de acordo com o que estão passando, as dificuldades que estão vivendo. Algo fascinante para nós pode ser o máximo do tédio para um leitor.
Por outro lado, não podemos ter medo. Escrever para os outros é um ato de coragem, de se expor. Quanto mais honestidade a gente coloca no texto, quanto mais ridículo e perdido a gente se apresenta, tanto mais fácil os leitores gostarem da gente. E quando gostam, muitas vezes viram fãs!
Escrever para os outros tem isso, quando a gente acerta pode ser uma troca muito rica! As pessoas ficam querendo mais livros, mais estórias suas.
Mas não dá para ter muita ansiedade a respeito do resultado. Querer ficar famoso, ser elogiado, de repente até ganhar um dinheirão. É bom ir com calma e saber que quase nenhum escritor conhecido fez sucesso com o primeiro livro.
Portanto, respire fundo. Faça o que pode, não pense nos resultados, e vá escrevendo um pouco sempre. Querer escrever o primeiro livro e imaginar que ele vai ser o próximo Harry Potter é pedir para ficar decepcionado. É bem melhor publicar um artigo num blog aqui, um poema numa coletânea ali e não ter expectativas loucas.
Mas como podemos saber o que dá para ser publicado?
Existem alguns requisitos mínimos para produzir um texto publicável, isto é, que venha a interessar um editor.
Se cumprirmos todos, isso não é garantia de que nosso texto será aceito por um editor, mas já é meio caminho andado!
Abaixo estão algumas sugestões para fazer com que os seus escritos fiquem bons:
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- Prestar atenção ao que está acontecendo em volta.
A escrita que mais interessa é aquela que fala das preocupações, angústias e felicidades das outras pessoas – e não só as suas – hoje. Os editores desejam obras conectadas com o público, que falem do que importa. - Falar do que conhece.
Se você é um adolescente que mora numa cidade do interior e nunca viajou para fora do país, não pode escrever uma aventura que se passe em Paris. Vai parecer falsa. Nem dar conselhos para os mais velhos. Você tem de falar do que entende, do que já viveu em primeira mão, do que conhece muito bem. - Ler muito.
Para escrever bem, você precisa ler todo tipo de literatura, inclusive novos autores brasileiros, romances esquisitos de autores de quem você nunca ouviu falar, arriscar poetas novos. Se você não souber o que os outros estão pensando e publicando, será difícil escrever algo criativo e diferente. - Escrever muito e sem erros.
Para escrever bem, é preciso escrever todo tipo de coisa, inclusive cartas e emails, com clareza e sem erros ortográficos. Não adianta pensar que o corretor ortográfico ou o revisor vai corrigir seus erros, você precisa saber o que é certo, qual palavra é a melhor numa frase. - Passar por um crivo de leitores críticos.
Sua mãe não vale, nem seus primos. O que é preciso é ir expondo seus textos a vários leitores que não tenham nenhuma amizade por você e possam fazer críticas. Um site na internet, um artigo numa revista podem dar o tipo de resposta que você precisa. Mas não adiante ficar pescando elogios, é preciso pescar os problemas para saber onde melhorar! - Jogar fora nove décimos do que originalmente escreve.
Você mesmo tem de selecionar o que é bom e o que é mediano entre os seus escritos, não adianta achar que tudo merece virar livro porque ninguém escreve só maravilhas. Até Guimarães Rosa deixou um monte de coisa na gaveta… - Amar a língua portuguesa.
A escrita é para aqueles que amam a língua. Não dá para escrever um livro querendo fazer um vídeo ou ficando com preguiça de aprender novas palavras. A língua é a ferramenta do escritor. Como o pintor ama as tintas, o escritor precisa ter fascínio pelas palavras. - Confiar em si mesmo.
Quando você escreve, acredita que tem algo a dizer. Continue acreditando sempre nisso e busque a melhor maneira de ser autêntico. Editores querem escritos verdadeiros, não materiais artificiais montados para agradar. Faça com o coração que é sempre mais verdadeiro.
- Prestar atenção ao que está acontecendo em volta.
Se você quer mais algumas dicas, montei um curso rápido para quem está dando os primeiros passos na escrita, Como Começar a Escrever seu Livro. Vou ficar muito feliz em ver autores indo na direção certa para realizarem o sonho de escrever o primeiro livro, clique aqui para ver se gosta do que ofereço a você.
Fiz também esse vídeo com mais 3 dicas para começar a escrever um livro:
Photo via Visual hunt
ana carolina da silva
14 de abril de 2017 @ 20:47
Meu nome e ana Carolina da Silva e todo mondo me chama Carol e eu estudo no 7ano e eu quero escreve meu livro sobre minha vida e só tem 12 anos.
Laura Bacellar
16 de abril de 2017 @ 20:50
Leia bastante, Ana Carolina. Esse é o melhor começo.
Rosane Oliveira da Costa
17 de junho de 2017 @ 00:42
A muito tempo tenho o desejo de escrever um livro, mais estava adiando e até porque gostaria de saber como dar início? Sou mãe de Autista e gostaria de contar um pouco sobre mães especiais. Falar o que sente ao descobrir, porque passamos por fases: 1°Negação, 2° Bica da Cura e 3°Aceitação e luta pela Conscientização. Por favor se puder me dar algumas dicas eu agradeço.
Laura Bacellar
17 de junho de 2017 @ 12:47
olá Rosane,
eu fiz um post para quem quer começar a escrever, veja se ajuda http://www.escrevaseulivro.com.br/como-comecar-a-escrever/
Leia outros livros sobre autismo e veja onde vc se situaria, o que de diferente poderia dar como contribuição ao público. É um tema quente no momento, vá em frente.
Vou dar um curso a distância para autores de não-ficção, caso interesse veja aqui http://www.casaeducacao.com.br/courses/curso-como-escrever-um-livro-de-nao-ficcao-ead-ao-vivo/
um abraço
ana julia
20 de agosto de 2017 @ 09:09
Ola tem como eu escrever meu livro no conputador ?
Luciana Lenuzza
2 de julho de 2017 @ 05:14
Este é melhor site.
Sidney Guerra
10 de julho de 2017 @ 19:19
Obrigado, Luciana!
maliza britto nabuco de caldas
22 de agosto de 2017 @ 17:17
ainda um sonho, mas vou tornar real…
otimas dicas!
Karolaine de Souza
7 de fevereiro de 2018 @ 09:39
Eu leio muito, leio de tudo. Mas quando penso em começar a escrever uma história, sinto que não tenho assunto, não sei sobre o que escrever ou como criar personagens.
Laura Bacellar
27 de abril de 2018 @ 21:34
Karolaine,
há muitos livros que dão dicas sobre como começar a escrever. A minha é pensar no que vc quer dizer. O que quer discutir? Quer levar sua história para onde?
Eu acho o tema de fundo importante, mesmo na ficção. Mas tem gente que começa pelo personagem, imagina uma pessoa e aí a coloca no meio de um problema horrível. E conta como ela sai dali…
edson araujo
15 de maio de 2018 @ 08:28
Minha tem 95 anos , uma lucidez impressionante, viveu toda a vida curando o povo com folhas e raies benzimentos e rezas , se casou aos 84 anos teve um único filho, foi mãe de santo macumbeira chefe de terreiro, kardecista, evangélica, umbandista, católica, atualmente dedica seu o tempo ao movimento carismatico e a sociedade Esotérica da comunhão dos pensamentos.
Pretendo escrever a historia da vida dela com a pretexto em divulgar o seus conhecimentos para ajudar as pessoas
Laura Bacellar
5 de julho de 2018 @ 12:05
hehehe muito bom, Edson. Uma pessoa assim merece ter sua vida divulgada, vá lá.
Lorrane Rodrigues
26 de junho de 2018 @ 23:25
Sempre amei ler sobre diversos assuntos, algumas pessoas dizem que tenho um dom de usar as palavras certas para dizer algo importante e com isso deveria tentar escrever. Porém me sinto meio perdida em por onde começar, como me achar. Tenho uns escritos particulares, porém tentar escrever algo para um público é um desafio que gostaria de trilhar, só não sei como dar início.
Laura Bacellar
5 de julho de 2018 @ 11:07
Lorrane,
comece com uma história curta a respeito de algo que vc ache importante. Ou sobre uma pessoa. Ou algo que tenha lhe acontecido.
Dê a vc mesma permissão de escrever bobagens, coisas que ninguém leia, brinque com a escrita. O primeiro passo costuma ser o de vencer uma barreira mental mais do que física.
boa sorte!
Fabrício Souza
17 de maio de 2019 @ 21:43
Gosto muito de escrever, escrevo vários livros de ficção. Escrever para mim é a forma que eu encontro de realizar minhas fantasias, eu escrevo os livros enquanto me imagino como um personagem da História, gosto muito de escrever um dia querida ser escritor e dirigir o meu próprio filme de ficção cientifica.
Maria Vitória
25 de dezembro de 2020 @ 15:14
Olá, eu me chamo Maria Vitória, tenho 57 anos , já passei por muitas coisas difíceis e chocantes em minha vida dês de a infância até a fase adulta…, e eu sempre gostei de escrever , inventar contos e adorava fazer redações na escola e adorava escrever no meu diário !
Apartir de alguns acontecimentos terríveis em minha vida e depois da superação , anos atrás nasceu um desejo enorme de escrever um livro da minha vida . Eu me sinto em divida comigo mesma , pois escrever um livro da minha história seria o melhor presente de mim , para mim !
…e seria um livro muito revelador !