Como escrever um livro de não-ficção: 3 dicas essenciais
Quando você pensa em escrever um livro técnico, científico, religioso, universitário, de autoajuda, de apoio a estudantes, você quer publicar na área de não-ficção. Este é um segmento muito prestigiado, que pode render grande visibilidade a autores. Explico aqui como escrever um livro de não-ficção com chance de sucesso.
Livros de não-ficção são um segmento interessante
O que são livros de não-ficção?
Livros de não-ficção são aquelas obras que ensinam alguma coisa, instruem, passam informações. Trata-se de uma área enorme, que inclui desde autoajuda até livros científicos, passando por livros de curiosidades, faça você mesmo, dicas práticas, conselhos e estudos profissionais.
Qual a diferença entre livros de ficção e de não-ficção?
Livros de não-ficção baseiam-se na realidade, no que se sabe e conhece. Livros de ficção baseiam-se na imaginação, em histórias criadas pelos autores.
Há vantagens em escrever um livro de não-ficção?
Trata-se de uma área de autores renomados, que estabelecem sua reputação diante de públicos que podem ser de alguns milhares a muitos milhões de leitores. Veja por exemplo Yuval Noah Harari, autor de Sapiens, os padres Fábio Melo e Reginaldo Manzotti, Mario Sergio Cortella e tantos outros.
Mesmo autores que não se tornam best-sellers podem extrair grande proveito de escrever um livro de não-ficção. Afinal, atualmente livros de não-ficção têm funcionado como cartões de visita. Quando foi a última vez que você guardou um cartão que alguém lhe deu? As pessoas tendem a jogar fora, não é mesmo? Já um livro costuma ser guardado, ainda mais se contiver uma informação preciosa, que ajude a resolver um problema.
Livros são vistos como provas de autoridade. Quando você escreve um livro de não-ficção, demonstra aos seus colegas e clientes em potencial que você entende muito daquele assunto.
Como escrever um livro de não-ficção: #1 Foque num segmento do público
Muito bem, se você decide escrever um livro de não-ficção, a minha primeira dica é de que pense antes em com quem você quer falar.
O livro afinal é uma conversa, e toda conversa funciona melhor se você entender a pessoa a quem se dirige. O leitor entende bastante do assunto ou é leigo? É leitora? Tem nível superior ou médio? É jovem e impaciente? Ou tem mais idade e experiência?
A forma de você escrever, os exemplos que usar, os casos que incluir, tudo isso tem que ser interessante para o seu público leitor. A sua forma de falar com um adolescente vai ser diferente de sua linguagem com alguém de 40 anos, certo?
Você não tem como manter a atenção de um estudante, um profissional e um especialista da mesma área ao mesmo tempo, com o mesmo texto. Se você tentar falar com todos vai entediar ou confundir alguém. Escolha com quem você vai falar para usar de humor, vocabulário e exemplos apropriados, e assim ter chance de produzir uma obra que os leitores considerem valiosa.
Ao fazer sucesso com um grupo de pessoas, outras podem vir a ler seu livro, não se preocupe. Mas um livro dirigido a muitos tipos de pessoas acaba não funcionando para ninguém, portanto escreva seu livro de maneira dirigida.
Como escrever um livro de não-ficção: #2 Foque num único problema desse público
De novo a dica é que você tenha foco. Hoje em dia quase ninguém quer uma bíblia sobre qualquer assunto, leitores preferem obras que respondam rapidamente às suas questões. Por conta da internet e da rapidez das leituras, estamos todos com o hábito de ir direto ao que precisamos, sem perder tempo com introduções ou longas explicações.
Há exceções, por exemplo livros sobre dinossauros, mas a regra costuma ser esta.
Assim sendo, para escrever seu livro de não-ficção:
- pesquise um pouco sobre os problemas (ou anseios ou curiosidade) de seu grupo de leitores
- pense qual a contribuição que o seu conhecimento pode dar para resolver aqueles problemas específicos
- selecione o maior desses problemas, ou nó de problemas relacionados
- vá explicando como seu leitor pode resolver aquele problema.
Claro que você sabe muito mais do que a resposta para um único problema, mas não tente escrever sobre tudo em um único livro. Planeje-se para escrever outros livros, se aprofundar ou estender ou abordar outras questões caso queira, porém sempre de modo focado, para ter maiores chances de interessar a públicos específicos.
Comento no vídeo os benefícios de escrever mais de um livro de não-ficção:
Como escrever um livro de não-ficção: #3 Entregue o ouro
Livros de não-ficção precisam trazer um conteúdo valioso para serem admirados, indicados e guardados. Se você der informações superficiais ou genéricas, dificilmente conseguirá atrair mais leitores do que qualquer site na internet.
Coloque seu conteúdo com personalidade, dê uma contribuição verdadeira para ajudar aquele público que você escolheu atingir. Ao dar o seu máximo, você aumenta as chances de criar um diferencial para a sua obra – leia aqui como isso é importante para fazer com que seu livro seja publicado – e de fazer com que leitores se sintam agradecidos ou interessados pelo que você diz.
Muitos ficarão apenas no livro, mas outros talvez queiram contratar os seus serviços ou indicar seu nome ou seguir você nas redes sociais. Não desperdice a chance de realmente seduzir, realmente encantar os seus leitores. Um livro de não-ficção dá muita autoridade, amplia bastante o espectro de atuação de um profissional.
Posso dizer com segurança: em trinta anos de trabalho com livro em editoras variadas, tendo acompanhado a publicação de centenas de autores, nunca vi alguém se arrepender de ter escrito um livro de não-ficção. Mesmo que autores mudem um pouco de ideia com o passar do tempo, mesmo que partam para outras pesquisas ou experiências, um livro conta muito, ajuda muito a construir a reputação.
Recomendo!
Se você quiser se aprofundar em como escrever um livro de não-ficção, fiz um curso para isso:
Boa sorte!
MAURO COUTINHO DE MORAES
3 de setembro de 2019 @ 21:01
Devido a minha natureza febril em ler livros, ratazana de sebos e livrarias, possuir biblioteca de livros físicos e virtuais rezolvi: serei um escritor, mesmo que não venda um só livro (algo dispensável em minha formação intelectual). Mesmo que escreva para doação.
Está escrito: serei um escritor.