Revisores são necessários?
Uma dúvida recorrente entre escritores é se devem mandar seu texto para revisão por um profissional da área editorial. Caso sim, que tipo de revisão, qual profissional, como avaliar esse trabalho?
Como em tudo referente à escrita, não há resposta pronta que sirva para todo mundo. No entanto, sempre acho útil mandar o texto para um revisor que tenha prática com o tipo de texto que você produziu, por ser uma pessoa independente, sem relação com você ou seus anseios, a ler o que você fez.
Recomendo alguns cuidados, no entanto.
Entenda para que serve a revisão
Há vários níveis de intervenção de texto, que tradicionalmente recebem nomes diferentes. Quem trabalha para editoras costuma chamar o trabalho de intervenção mais profundo, com alteração de organização, sentido, lógica, trechos inteiros suprimidos ou acrescentados, de edição de texto. Logicamente, custa mais caro do que uma simples revisão.
Uma intervenção mais leve mas ainda assim significativa, que abarque lógica, gramática, ortografia, estilo costuma ser chamada de preparação de texto.
Finalmente, a leitura que altera apenas erros ortográficos e gramaticais e uma ou outra coisinha de estilo é a revisão.
Quando você sai em busca de um profissional, é bom ter em mente o que deseja que seja feito no seu texto, o quanto quer que seja mexido.
Não espere milagres
Muita gente me informa que vai escrever de qualquer forma e depois mandar para um revisor dar um jeito. Uma revisão, mesmo uma profunda edição de texto, não traz qualidade a um texto chinfrim.
Se você não se preocupa em elaborar suas frases de forma elegante e precisa, a revisão não irá corrigir isso, apenas deixar suas frases sem erros.
A matéria-prima da escrita é nossa língua, não há como evitar conhecê-la se você deseja usá-la com eficácia. Se você quer ser escritor/a, não precisa decorar uma gramática nem se prender às regras todas da norma culta, mas é interessante que leia muito, bastante mesmo, para incorporar (com prazer, sem notar) os usos possíveis das palavras e expressões.
É interessante também que, depois de ter tido seu surto criativo e escrito tudo o que desejava, que deixe o texto descansar um pouco e depois o leia com atenção, estudando se está claro, conciso, eficiente.
Não confie cegamente em ninguém
Essa regra vale para todos os prestadores de serviço e profissionais editoriais, sejam eles editores, diagramadores, pareceristas, professores, tradutores ou, inclusive, revisores. Você sempre precisa avaliar se o que lhe propõem serve para o seu caso, para o público que você deseja atingir, para o seu tipo de obra.
Não há modelos infalíveis nem pessoas acima de qualquer suspeita.
A língua permite muitas variações, muitos usos, muitas alternativas. Cada pessoa pode ter lá sua preferência de estilo, seu gosto pessoal, sua bagagem literária ou cultural. Assim, mesmo fazendo um trabalho honesto, pode acontecer de um/a revisor/a intervir de maneira inadequada no seu texto.
Escritores profissionais sabem disso e não perdem a cabeça. Nem ficam irados de ver uma alteração no seu sagrado texto, nem julgam apressadamente que o profissional é maravilhoso ou não presta.
Leem com cuidado cada alteração (o que dá bastante trabalho) e avaliam se há de fato problemas nos trechos onde o revisor fez correções. Avaliam cada alteração com atenção, aceitando quando de fato melhora a clareza ou estilo do texto, recusando quando apenas troca seis por meia dúzia.
Se o profissional for experiente, no entanto, é bem provável que a maior parte das intervenções seja útil.
E onde conseguir bons profissionais?
Já dei a dica várias vezes, mas ei-la de novo: pegue livros que você acha bem revisados, de editoras de que você goste, e veja se há créditos de revisão lá nas páginas iniciais. Muitas vezes a editora diz quem foi o preparador e os revisores. Aí procure na internet por essas pessoas ou ligue para a própria editora e peça o telefone ou email de contato desses profissionais.
Se não tiver um nome específico, ligue para uma editora que você considera cuidadosa e peça ao departamento editorial para indicar bons profissionais de revisão. Como a maioria deles é freelancer, não há conflito de interesses.
Sempre é bom lembrar, no entanto, que as áreas de escrita variam muito, e que um bom revisor de direito pode ser péssimo numa ficção juvenil. Procure revisores que atuam com o tipo de texto exato que você escreveu.
8 de janeiro de 2017 @ 12:01
Laura! Muito bom seu comentário, obrigado e q/Deus abençoe, uma ilustração desse e grátis vale ouro, ou só Deus p/te pagar; obrigado:João Domingues da Silva
9 de janeiro de 2017 @ 11:56
Obrigada Laura pelo compartilhamento de informações muito importantes e interessantes. Foram excelentes para mim!
2 de fevereiro de 2018 @ 04:33
Vocês tem me ajudado muito . Muito obrigado!
2 de fevereiro de 2018 @ 13:34
Ficamos felizes em saber. Sucesso!
26 de fevereiro de 2020 @ 19:17
Oi, Laura, tudo bem?
Que bom achá-la por aqui.
Encaminho meu histórico abaixo, caso precise de alguma parceria ou saiba de alguém que precise. Grato.
Formei-me em Letras pela USP, em Francês/Português e com cursos de especialização em Inglês.
Iniciei minhas atividades profissionais como Revisor de Textos na EDUSP, em 1991, onde estagiei e aprendi a base da profissão.
Em seguida, prestei serviço em diversas editoras até o ano de 2000.
A partir desse ano, dei início como revisor, terceirizado, contratado ou autônomo em muitas agências publicitárias e empresas.
Abraço,
RICARDO ONDIR
http://www.revisorondir.com
Tel.: 11 2969-0179
Celular: 11 99174-0507 (WhatsApp)
E-mail: [email protected]
15 de outubro de 2021 @ 20:27
já tive problemas com certas editoras se achando o próprio Grandioso Olavo Bilac, numa arrogância de saberem melhor sobre minha poética do que eu mesmo, e assim querer martelar meus versos com um labor de ourives !
mas ai eu pensei com meu Botoes :
sera que eu sou tão ignorante , que não sei o que esta ou não errado no meus poemas?
sera que alguém iria fazer a revisão de obras Modernista e dizer que Manuel Bandeira precisa seguir a atual reforma ortográfica, ou que precisa de revisor ?
e detalhe eles oferecendo revisão, editoração, champagne e caviar, coquetel , capas e contra-capas
(e EMPURRANDO ISSO NO AUTOR)
também não seria um modo de ganharem “por fora”? , já que eles oferecem isso com toda uma equipe particular, parece a cidade onde a empresa de ônibus pertence ao prefeito…
mesmo que o autor já tenha publicado de maneira independente(que foi o meu caso) , detalhe tudo isso pro autor ter 10%, dai vem : “aiin a gente divide os custos” , mas lucram 90%…o meu livro nem tinha ilustrações , mas queriam colocar, e antes de desistir, só aceitaram manter a contra-capa porque bati o pé.
vamos buscar um lugar cuja a Felicidade não seja opressora.
16 de outubro de 2021 @ 13:03
olá Claudio,
mil vezes digo e repito: EDITORAS NÃO COBRAM. Portanto, se alguém cobrou, era prestador de serviços. Entendeu?
Porém, pelo seu texto, percebo que vc teria a ganhar, sim, com revisão. Tem um esta que deveria ser está, por exemplo… Mas claro que um revisor não deveria mexer na essência de seu texto.