Plágio é mesmo um perigo?
São muitos os escritores que ficam com receio de enviar os arquivos de suas obras a editoras para análise com medo de que haja plágio, ou seja, que alguma editora publique a obra sem aviso, crédito, permissão ou pagamento.
Ainda que isso seja muito possível na internet, onde sabe-se lá por qual razão plagiadores se apropriam de textos alheios e os publicam em blogs e sites com seus nomes, em editoras isso não ocorre quase nunca, e certamente não com ficção.
Não porque editores sejam todos honestos e maravilhosos, mas simplesmente porque é mais barato e seguro publicar uma obra com contrato e permissão do autor.
Editoras não costumam oferecer adiantamento a autores nacionais desconhecidos, portanto o custo de publicar com aprovação é o mesmo do que sem aprovação do autor. No entanto, se a editora arriscar-se a publicar algo sem contrato, o autor pode processá-la com relativa facilidade e com grande chance de ganhar uma quantia expressiva.
A lei de direitos autorais está bastante severa e não vê com bons olhos nada que seja comercializado sem explícita autorização do autor. Ou seja, o custo de plagiar pode ser alto para a editora, enquanto que o de publicar com contrato é zero.
Não tenha medo, assim, de enviar sua obra para análise por editoras constituídas, que existam como empresas comerciais com endereço, CNPJ e reputação, elas não vão correr o risco de plagiar a sua obra.
Duas observações sobre plágio
Ideias não podem ser protegidas. Se você tem uma idéia fantástica mas uma execução pobre, alguém pode sim copiá-la, contanto que não copie o texto.
No entanto, editoras não costumam fazer isso, porque o que torna um livro interessante não é apenas a concepção da história ou a abordagem do tema, mas sim o que o autor faz com ele. Ideias brilhante são expostas aos milhares em conversas de botequim, e nem por isso os donos de bar saem escrevendo obras-primas.
Um autor precisa amar uma idéia, achá-la realmente pertinente, ter muito a dizer sobre ela antes de escrever um bom texto a respeito. Portanto, é de novo raro que alguém se aproprie de uma idéia em uma obra para escrever outra (a inspiração costuma vir de muitas fontes ao longo de um bom tempo), você não precisa se preocupar com isso.
Já a não-ficção é mais possível de ser plagiada, em especial trechos, porque uma pesquisa detalhada, uma bibliografia comentada podem sim virar capítulos que enriqueçam uma obra sobre o mesmo tema de um autor mais preguiçoso.
A postura das editoras, no entanto, é a mesma que assinalei lá em cima: não toleram porque é perigoso para elas serem processadas e muito desinteressante terem sua reputação maculada.
Portanto, basta que você tenha registro de suas obras (por meio de amigos, em bibliotecas virtuais, em arquivos virtuais) para provar que o texto é seu caso surja algum autor mais espaçoso, e não tenha medo de ser publicado por uma editora razoável. A enorme maioria dos muitos milhares de livros publicados todo ano não é plagiada.
9 de fevereiro de 2019 @ 10:01
Eu estou fazendo da seguinte forma, acho até que foi aqui mesmo que peguei a orientação, eu enviei o meu manuscrito para mim mesmo pelos Correios. Não que eu acredite mesmo que alguém irá plagiar minha obra, mas na dúvida… Agora estou aguardando o Sedex chagar para eu começar enviar para as editoras.