Ideias geniais
Quase todos os dias eu recebo emails com variações dessa pergunta: “pensei em escrever sobre… (preencha aqui com a ideia genial que lhe der vontade), você acha que vai dar certo? Devo continuar?”
Eu não gosto de ser antipática, mas como é que eu posso responder a uma pergunta dessas?
Ela parte do pressuposto de que basta uma boa ideia para escrever um bom livro, o que é uma bobagem sem tamanho. Quantas boas idéias você já não viu desperdiçadas em histórias mal desenvolvidas? Personagens ridículos? Tramas mal amarradas e pouco convincentes?
Deixe-me dar um exemplo. Um tempo atrás, o editor norte-americano Jason Rekulak, da Quirk Books, achou que seria uma boa ideia juntar clássicos daqueles que todos leem na escola com temas que os adolescentes gostam, como zumbis, ninjas, bruxas, alienígenas.
Aí chamou um escritor, Seth Grahame Smith, para inserir elementos inesperados como estes na obra para lá de consagrada Orgulho e preconceito, de Jane Austen.
Você vê aí a ideia – bastante original diga-se – de um editor experiente apresentada para um escritor profissional. Se você não leu o resultado, dá para saber se deu certo?
Impossível, não é?
Esse é um bom exemplo porque surpreendentemente a ideia deu certo lá nos EUA, o primeiro livro vendeu bem, foi super comentado na internet. Em seguida vieram uma série de outras obras inspiradas exatamente na mesma noção, chamada mashup (mistureba), que depois de um tempo parece ter cansado o público.
No Brasil várias foram traduzidas, veja as resenhas de Orgulho e preconceito e zumbis, Razão e sensibilidade e monstros marinhos, e Jane Austen a vampira. Dá para perceber que a mesma idêntica ideia rendeu obras muito diferentes, que foram recebidas de maneira também diversa pelo público. Pessoalmente gostei de Jane Austen vampira, dei muita risada com a bobajada de a escritora ser imortal e não conseguir ser publicada nos dias de hoje, mas eu não teria como saber se um absurdo desses funcionaria sem lê-lo.
Há até uma coleção inspirada em clássicos brasileiros, Clássicos fantásticos da editora Lua de Papel, que faz brincadeiras semelhantes com obras de Machado de Assis e José de Alencar. Li algumas delas e as achei irregulares, umas bem mais dinâmicas e irônicas que outras.
Sem ler cada uma, você tem como saber qual é engraçada, qual é arrastada, qual funciona, qual cansa?
Pois é, uma ideia, por mais genial e bem concebida que seja, como essa dos clássicos com monstros, sozinha não garante nada. É preciso escrever a obra – inteirinha, até o último capítulo – para então descobrir se ficou bem desenvolvida, se prende a atenção, se tem alguma coisa que a distingua do monte de outras obras por aí.
Portanto, se você acha que teve uma ideia genial, deixe de preguiça e a execute.
aldo terto da silva
9 de junho de 2017 @ 11:27
Tenho uma ideia para um livro: o Titulo: O Conferencista. É a história de um fracassado neurocientista que por dificuldade financeira resolve dar conferencia para uma redes de supermercados atacadistas. Mas o que todos não sabem é que ele desenvolveu uma tecnologia de hologramas conectada a consciência…
Laura Bacellar
10 de junho de 2017 @ 21:09
Como o texto desse post indica, a ideia em si não garante nada. Desenvolva sua ideia até virar uma história, depois a teste com leitores vários. Se houver interesse, vc terá acertado. Se não houver inteteresse ou reações, tente de novo.
Arthur Christopher
13 de dezembro de 2018 @ 00:34
Vou criar um livro chamado ” as aventuras de bananinha e salsichão “eles são amigos estudantes de uma escola que as pessoas são alimentos
Chega o dia de uma festa fantasia na escola e bananinha se transforma em “bananinha”
Na festa ele acaba conhecendo uma garota que se fantasiou de “laraninja” eles tiveram uma briga por causa que a “laraninja” não curtia muito bananas e o bananinha não curtia laranjas
Depois da briga eles saíram vivos
Salsichão conheceu um cara chamado Alan do primeiro ano . O Alan tinha plantado uma planta muito pequena que depois de três semanas ficaria do tamanho de um prédio.
Chegou o baile na escola e todos escolheram seus pares até mesmo o salsichão só sobrou a laraninja e o bananinha que tiveram que ir juntos ao baile
A laraninja se revela como um espírito maligno das profundezas do oceano ela ficou enorme
Então o Alan chorou em cima da sua planta e ela ficou enorme assim comendo a laraninja e todos viveram infelizes para sempre
Patrick
26 de agosto de 2017 @ 15:30
Eu estou escrevendo um livro de Distopia, onde as pessoas tem poderes por causa das diferentes cores de seus olhos. Nesse mundo, existe um grande muro, que ninguém ousa atravessar, e logo, atrás dele, esta a sociedade sem poderes e tals…
Eu gostaria MUITO de ajuda pra concertar umas coisinhas…
Será que poderia me ajudar?
Laura Bacellar
26 de agosto de 2017 @ 17:32
Patrick,
há pessoas que oferecem coaching literário, eis uma: https://coachingliterario.wordpress.com/
outra: http://skoobooks.com.br/sobre/
Dê uma procurada, sinta a frequência das pessoas, quem melhor combina com vc e experimente.
Outro modo é ler muito e fazer experiências com histórias mais curtas, que vc poste no wattpad para testar a reação do público.
É bom porque aí é gratuito, mas vc precisa se colocar no modo aprendizado, aceitando que erra e corrigindo o que não funciona.
Juliana Giriboni
28 de novembro de 2017 @ 22:51
Eu amo ler livros, tenho muitos na minha prateleira! Tenho muita mas muita vontade de escrever algum.. Mas falta criatividade no título. Ja pensei em criar uma historia falando de como a sociedade é hoje em dia… Mas talvez não seja um título bom. Tenho recém 15 anos mas sonho alto!!!
Laura Bacellar
30 de novembro de 2017 @ 14:12
Juliana,
continue lendo. Olhe, hoje vi uma postagem que achei que pode ajudar também escritores, dê uma olhada: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1551522211609325&set=a.210015595760000.48867.100002546833001&type=3&theater
Acho que esse contato com um monte de gente em situações reais ativa a criatividade 100%.
Enedir Matzenbacher
3 de fevereiro de 2018 @ 10:01
Oi quero escrever um livro e sobre minha vida. O título é a vida de Laura. Mais estou com um pouco de medo…Queria uma ajuda sua
Laura Bacellar
3 de fevereiro de 2018 @ 17:29
olá Enedir,
esse site tem bastante dica, aproveite. Se vc vai escrever ficção, estude bem as pessoas, leia sobre personagens.
Carlos veiga
2 de novembro de 2018 @ 18:39
Olá…gostaria de escrever sobre como tornar um poliglota.humildimente,peço a sua ajuda!
Laura Bacellar
21 de novembro de 2018 @ 09:51
Carlos,
por favor dê uma olhada nas muitas postagens que já fizemos para quem quer começar a escrever. É questão de começar…
https://www.escrevaseulivro.com.br/como-escrever-um-livro/
Maria do Livramento Gomes
22 de outubro de 2019 @ 02:56
Olá,eu sou Livramento e gostaria de escrever um livro infantil,pois sou pedagoga e trabalho com educação infantil,
Ricardo Yuji Takano
30 de novembro de 2021 @ 05:23
Eu gostaria de saber se é necessário ter 100% do meu livro escrito para obter alguma avaliação de especialistas, e quais os especialistas que eu devo procurar primeiro?
Obrigado des de já.
Adoraria ter uma resposta…
Atenciosamente Ricardo Yuji.
Laura Bacellar
30 de novembro de 2021 @ 11:25
não precisa mas ajuda. Especialistas são leitores críticos, como eu, veja a barra de serviços desse site.