História de sucesso de autor brasileiro
Chamaram a minha atenção para o livro Batalha do apocalipse, de Eduardo Spohr, que fez um percurso incomum: vendeu mais de quatro mil exemplares em edição do autor, três anos depois foi aceito para publicação por uma editora grande, o selo Verus da Record, e vendeu até agora mais de 45 mil exemplares.
Além de ter conseguido passar da edição própria para uma editora grande, Eduardo Spohr tratou de um tema – anjos, arcanjos, o apocalipse – que não tem nada de brasileiro nem que ele conheça pessoalmente, e que faz parte de um gênero com poucos autores nacionais. Portanto, parece ir contra muito do que digo aqui.
As ações certas
Bom, ele fez várias coisas certas, sugiro que os jovens autores que desejam se lançar aproveitem o exemplo de sucesso desse brasileiro bestseller.
- O autor escreveu sobre algo com que tinha muita familiaridade. Para inventar a sua saga nos tempos de criação do mundo e imaginar personalidades para os arcanjos e Lúcifer, ele leu muito. Tanto fantasia quanto obras religiosas. Ele é um grande leitor desde a infância e “fez uma pesquisa apurada sobre os lugares e povos” que menciona, como ele mesmo declara. Além disso, por ter viajado muito, conhece muitos países diferentes em primeira mão.
- Antes de escrever um romance, Eduardo escreveu um conto sobre o tema, o que significa um interesse contínuo e profundo por seu tema. Ele estudou jornalismo, passou vários anos como repórter de sites variados, estudou roteirização, de que dá aulas. Ou seja, ele aprendeu a escrever e se dedicou a esta forma de expressão.
- O autor faz parte de um grupo de pessoas que contribui para o site Jovem Nerd. Isso significa que ele tem uma base de leitores em potencial já formada, conhece o público e já se comunica com as pessoas que podem ser seus leitores. Ele publicou a primeira versão de sua obra por conta própria e prestou atenção às críticas, tanto que reformulou a linguagem e algumas cenas para a edição pela Verus. É um sujeito em sintonia com um grupo grande de pessoas, não apenas com seu próprio umbigo.
- O autor sabe se comunicar pela internet. Participou de podcasts para promover seu livro, fez filminhos no youtube, posicionou-se na enorme comunidade do site Jovem Nerd. Ele não ficou sentado esperando acontecer, colocou seu livro para andar e o promoveu incessantemente.
- Spohr escreveu sobre algo importante para ele. A questão dos arcanjos, de como seria a criação do mundo, como seria o fim do mundo, para ele sempre foram temas interessantes, que despertaram a sua imaginação. Por acreditar nisso, ele foi em frente e criou sua história complicada e cheia de flashbacks, mesmo sendo o meio editorial pouco receptivo a obras de fantasia de autores nacionais.
Atrair a atenção
Ele demorou mais de três anos para ser aceito por uma editora, e o conseguiu depois de ter trabalhado bastante e vendido mais de quatro mil exemplares. Esse não é um caminho fácil, eu ainda acredito que é melhor colocar mais brasilidade em suas histórias para atrair a atenção dos editores e se diferenciar da média.
Em todo caso, a estratégia de Eduardo Spohr deu certo. Assim, sugiro a você que leia a obra dele, estude o que ele fez de positivo e faça uma imitação criativa, ou seja, siga o exemplo de escrever com foco e paixão.