3 dicas para começar a escrever um livro
Quem quer começar a escrever um livro às vezes fica na dúvida de por onde começar. Há vários caminhos, aqui menciono algumas dicas para colocar jovens escritores no caminho mais produtivo.
Criatividade: cuide de seu filhote
Nossa criatividade, quando começamos a exercer uma atividade que não é mecânica, que tem mil opções e que mexe com nosso cenário interno, costuma acordar.
É uma delícia sentir a capacidade de criar, de fazer aparecer um texto, uma ideia, uma imagem onde antes não havia nada. Parece um cachorrinho novo dando seu pulos fofos, um gatinho brincando de lutar com seus irmãos.
Só que a criatividade é como um filhote, precisa ser cuidada para crescer e ficar forte. E precisa ser ensinada para não roer os sapatos, para aprender onde é seu banheiro.
Como assim?
Você precisa alimentar sua criatividade dando-lhe exemplos. Cachorrinhos aprendem com os cães mais velhos, autores aprendem com escritores já publicados. Leia muito.
Dê à sua criatividade espaço para brincar, como a um cavalinho. Você não pode fazer exigências de si, de sua escrita, logo de largada. Pode ser que mais tarde você tenha um alazão magnífico, mas no início da vida dê ao seu senso de criação a oportunidade de brincar, errar, começar e largar.
Mude de ideia, comece um novo texto, caia de costas, rasgue tudo. É normal. Criatividade não é militar, não é um sentido que funcione com pressão e estresse, mas com espaço para respirar e tomar sol.
Um pouco de disciplina faz bem. O gatinho precisa aprender onde fica o jornal do banheiro e que arranhar a sua perna não se faz. Sua criatividade cresce mais feliz se você tiver um horário para escrever sempre, e se entender que os outros não têm obrigação de servir a você enquanto cria.
De repente, você chega a um momento criativo sustentado, robusto, confiável. Com cuidados básicos e alguma persistência, você vê seu cavalo galopar forte pelo campo, você escreve seu livro e o publica.
Gêneros literários: aprenda a fazer pão
Escrever um livro usa muito da criatividade, daquilo que nos é pessoal e único. No entanto, essa criação funciona melhor se fizermos de modo semelhante a assarmos pães.
Você teria vontade de comer um pão de couve com creme de leite? E um pão de mocotó com orégano?
Quem vai aprender a fazer pão normalmente começa com um simples, de farinha, água e fermento. Você já tem uma noção do que seja um pão, já comeu muitos na vida, e começa pelo básico. Depois de um certo tempo e variadas experiências, pode inventar.
Conheço uma moça que, depois de sustentar a si mesma fazendo e vendendo pães por mais de um ano, inventou alguns especiais, como pão com provolone, pão com raspas de laranja, pão com nozes.
Ela sabia fazer pães, tinha experiência do que agradava ao paladar de quem comprava seus pães, aí arriscou. Deu certo, ela vendeu mais.
Sugiro o mesmo com escritores, que comecem dentro de um gênero que já exista. E que provem desse gênero de forma a saber como ele funciona.
O que um livro policial tem sempre? E os de horror? Quais as expectativas de quem lê uma obra romântica? E as de aventura? Como são os livros de fantasia atuais?
Ao conhecer e escrever dentro de um gênero, respeitando suas convenções, fazemos um pão de acordo com a receita, tendo provado pães parecidos com aquele. Depois de entendermos o que dá gosto a um livro de fantasia podemos inventar e misturar com mais segurança nosso próprio tempero, dosar aventura com horror, suspense com fantasia.
Primeiro, no entanto, o básico.
Sucesso: corra em volta do quarteirão
Há escritores que, ao sentir as ideias fervilharem na cabeça, têm certeza de que vão conquistar o mundo. A força das imagens é tanta que o sucesso lhes parece garantido.
Eu nunca digo sim nem não, o sucesso é muito possível para quem tem talento e criatividade. Só que isso não basta. É como ser uma criança que corre muito, ultrapassa os colegas nas brincadeiras, e garantir que vai ganhar as Olimpíadas.
Pode ser que sim, pode ser que não, afinal o Usain Bolt começou correndo pelos campos da Jamaica. Só que ele treinou muito para chegar ao nível das provas de atletismo mundiais.
A escrita tem a vantagem de não requerer tanto treino dia e noite, mas exige dedicação. Exige que você fortaleça os músculos das imagens, dos cenários, dos personagens. Pede precisão de ideias, concisão, comunicação límpida.
Ou seja, antes de chegar a um pódio de prêmio importante, ao reconhecimento de público e pares, você precisa se exercitar.
Comece correndo pelo quarteirão sem querer ir para as Olimpíadas já na próxima semana, assim você aumenta as chances de chegar lá.
Se quiser mais algumas dicas, organizei um curso rápido, em dez aulas em vídeo, para quem quer começar a escrever: Como começar a escrever seu livro.
Fiz também esse vídeo com mais 3 dicas para começar a escrever um livro:
Boa sorte! E comente se estiver fazendo algo que dá certo para seu livro.
Maria Helena Dias Pereira Mota
6 de novembro de 2017 @ 13:43
Oi Laura. Como vai?
Pois é. As dicas são valiosíssimas e as comparações muito originais. Só que… a folha ou a tela em branco, são assim, como “O Bicho Papão!” Pelo menos para mim.
Tenho muitas histórias que comecei a escrever, algumas com mais de 30 páginas. Mas chegando a um ponto, parece que há muitas encruzilhadas (estradas e caminhos que se cruzam e recruzam) e depois não sei como continuar.
Publiquei dois livros de contos que não venderam. Estão em formato e-book e um deles também impresso. Estão em plataformas como a Grande Amazon – entre-outras – mas não vendo nada. Já publiquei nas redes sociais, mas o resultado é o mesmo. E talvez seja por isso que não me sinto motivada.
Também já não sou jovem: 64 anos. Agora que tenho um pouco mais de tempo livre, não tenho ideias… Tinha mais ideias quando os meus filhos eram crianças, só que tinha que trabalhar a tempo inteiro. Enfim. Vou aguardando por dias melhores. Diz-se que não é bom forçar.
Desejo-vos uma ótima semana.
Laura Bacellar
7 de novembro de 2017 @ 19:48
Oi Maria Helena,
Sugiro muito que vc entre em contato com pessoas diferentes do que costuma, prestando atenção nos problemas delas.
E como falam a respeito, com o que estão aflitas. Pode dar uma olhada nas mídias sociais, os comentários no face, por exemplo, podem ser ricos em drama.
Grupos de discussão sobre seja o que for também geral muitas frases, personagens, conflitos.
Provavelmente vc está com falta de matéria prima, alimente-se um pouco do que está em volta. Acho que vc terá ideias.
E se basear histórias exatamente no que as pessoas falam, reclamam, sentem, fica bem mais fácil divulgar, há gancho para chamar a atenção.
Um abraço
Lamine ture
8 de novembro de 2017 @ 10:01
Olá pessoal só lamine vivo em África quer escrever um livro de um história que passo na minha vida espero ajuda de cada um de vcs obg
Laura Bacellar
17 de novembro de 2017 @ 10:42
oi Lamine,
vá em frente. Quanto mais vozes, quanto mais pontos de vista, tanto mais a cultura se enriquece. Escreva sim.
Valéria Pereira
16 de novembro de 2017 @ 09:58
Bom dia, Laura!
Eu apreciei imensamente, as dicas extremamente relevantes que você postou. Achei, que você se comunica muito bem através da escrita, e proporciona uma incrível sensação, de que todos nós podemos alcançar os nossos sonhos, que parecem impossíveis de alcançá-lo aos nossos olhos. Para mim, foi reconfortante essa riqueza incentivadora que você distribuiu para nós, Escritores, que ainda estamos na opacidade.
Abraços!
VALÉRIA PEREIRA.
Laura Bacellar
17 de novembro de 2017 @ 10:39
oi Valéria,
que comentário gentil! Super obrigada!
Sucesso aí, nada de opacidade, vamos para o brilho!
WAGNER SAULO CAIVALOS
25 de agosto de 2018 @ 15:32
Ola, gostaria de escrever coisas sobre eu mesmo , de como era , antes e depois de um acidente que tive em 2013
Fernanda D C Silva
10 de outubro de 2018 @ 21:49
Olá.
Adorei seu texto, muito cheio de exemplos fáceis de assimilar. Costumo dizer que sou escritora, embora jamais tenha publicado nada na vida. Dou vida aos meus mundos desde os treze anos, mas sempre achei que minha escrita era fraca e amadora demais. Estudei, analisei e pesquisei durante anos sobre meus mais queridos autores, a estrutura que usavam, como construíam seus personagens. Hoje aos 29 anos de idade posso dizer que aperfeiçoei meu talento, comecei a escrever um novo livro, e a cada linha que se completa sinto a alegria e a empolgação por estar fazendo aquilo que amo. Ganhei reconhecimento de meus amigos, estou a orientar um deles a escrever sua própria história. Em breve sei que nós dois poderemos nos orgulhar daquilo que construímos com grande esforço, amor e dedicação.
Obrigado por orientar novos e antigos escritores.
Laura Bacellar
11 de outubro de 2018 @ 14:00
oba, que comentário simpático! Siga firme e forte, Fernanda!
Sueli Bertozzi
18 de outubro de 2018 @ 17:51
Olá gostaria de escrever sobre um romance que tenho,mas e proibido pôs a sociedade não permite pois ele é muito novo e eu mais velha .
Laura Bacellar
22 de outubro de 2018 @ 19:22
Sueli,
em literatura isto não é problema, mas escrever bem a história é. Leia bastante.
Josue alves da conceicao
3 de julho de 2019 @ 15:01
eu to querendo publica algo real que o ministerio Vive no seu cotidiano dentro e fora da igreja. Tenho muitas anotacoes testemunho fatos reais,Como cura retorno so caminho do Senhor entre outro prodigious atraves do nome de Deus
Laureni ana dos santis sliva
22 de fevereiro de 2019 @ 20:54
Amei suas dicas Laura me ajudou muito. Estou escrevendo algo sobre superação
MARÍLIA DE LOURDES TORQUATO
5 de abril de 2019 @ 12:42
Bom dia Laura tudo bem?
Então estou querendo muito escrever um livro,mais seria uma história de amor, um encontro de almas, um amor atrevido, um amor oculto que não pode se expor,com uma diferença de idade de 26 anos mais sendo ele mais novo,não sei como incia-lo, devido as falas do dia a dia, tenho muita coisa pra escrever, ja tem ate titulo que no decorrer da escrita pode ser mudado ¨REDOMA DE VIDRO¨,gostaria muito que me ajudasse.
obrigada.
Laura Bacellar
5 de abril de 2019 @ 16:05
oi Marília,
algumas dicas, veja se ajudam:
https://www.escrevaseulivro.com.br/como-se-tornar-escritor/
abraços
Patricia oliveira
8 de abril de 2019 @ 13:03
Oi estou escrevendo um livro ele reflete religião espírita vidas passadas e tb entra um lado ficção sobrenatural estou pensando em passar tudo pra ficção e tirar o lado espiritual pois mexe com muitas outras pessoas que não acreditam nessa coisa de vidas passadas o que vc acha
Laura Bacellar
24 de abril de 2019 @ 11:25
olá Patrícia,
há pessoas de todas as crenças em nossa população, felizmente. Se vc fizer um texto interessante haverá quem queira ler. Decida portanto pelo que é importante para vc.
Gisele Almeida
23 de abril de 2019 @ 00:53
Olá Laura! Suas orientações foram um presente que encontrei na busca do Google. Agradeço sua disponibilidade em auxiliar de forma tão prática a quem está começando a trilhar este caminho da escrita. Ocorreu-me uma dúvida no entanto: quais são as vantagens e desvantagens de ser publicado por uma editora ou lançar um e-book? O que provavelmente seria mais fácil para quem está começando? No meu caso, trata-se de material esotérico/espiritualista.
Desde já, agradeço o contato! Um abraço!
Laura Bacellar
23 de abril de 2019 @ 08:43
Gisele,
ser publicada por uma editora é vantagem porque em geral amplia o alcance do seu livro, ele chega físico a livrarias. Nem todo mundo lê ebooks, menos de 10% dos livros comprados no Brasil são em formato digital.
LUCIANO AGUIAR AMORIM
16 de julho de 2019 @ 22:59
Oi Laura…. publicar o que aconteceu na nossa vida pessoal é mais fácil. A minha vida tem muitas histórias, sou gaucho e escrever sobre ela acredito que seria interessante. Eu enviei um livro no seu e-mail falando de minha cida pessoal e contando a estória do Internacional. Fala da cidade que eu nasci, do time que sou torcedor, da minha família, bastante coisa.
Para falar do Internacionqal eu pesquisei para saber as datas corretas. Em relação a mim não coloquei meu nome, isto é, coloquei um outro nome, mas na realidade era eu.
Mandei para a editora livro rápido para publicar e eles me cobraram uma taxa de 620,00 para publicar 50 unidades. O problema ´é que fiz o depósito errado e não entrou o dinheiro para eles. Eu teria que adiantar 50%. Falei com alguns amigos meus gauchos informando que tinha escrito um livro, mas ninguém encomendou. Estava vendendo por 30,00. Qual seria o jeito mais fácil de divulgar este livro…
obrigado…
Laura Bacellar
17 de julho de 2019 @ 11:45
Luciano,
se a sua obra tem apelo principalmente para a sua família, vc deveria fazer uma baixa tiragem e depois organizar uma festa para o lançamento. Faça uma cotação em vários prestadores de serviço, basta digitar “publicar livro” no google que aparece uma lista deles.
Veja o que mais se encaixa com vc.
Uma obra de apelo pessoal não vai emplacar para desconhecidos, veja o que comento aqui:https://www.escrevaseulivro.com.br/escrevi-um-livro/
Patricia
18 de outubro de 2019 @ 20:32
Oi Laura, boa noite!
Gostaria muito de publicar um livro, mas, não sei nada nada do percurso a percorrer do início a até a editora. Acho que aqui no seu blog pode se acender uma luz no fim do túnel pra mim. São muitas perguntas, mas, sobre a parte ‘técnica’ é que tenho mais curiosidade, como entregar a obra na editora pra avaliação? A quem procuro? Qual o formato? Pode estar escrita a mão ou tem que ser digitada? Quanto custa publicar?
Laura Bacellar
19 de outubro de 2019 @ 09:45
Patricia,
realmente dê uma lida por aqui, vc vai não só ter respostas como entender que não é bem como vc imagina!
https://www.escrevaseulivro.com.br/encontre-uma-editora/
boa sorte!
Alexandre Guimarães
4 de junho de 2020 @ 04:26
Gostaria de saber quanto gastaria p contar minha história… procuro alguem q possa me ajudar… tenho minga vida destruída por por distúrbios q nao consigo ter nada… o pais nunca me deu oportinidade…. somos esquecidos e descartados… queria poder transmitir o quanto é dificil ter uma vida independente financeiramente… é sempre desleal a concorrências p trabalho… tenho dislexia severa, discauculia, disgrafia e TDAH… vivemos excluídos ….